Mergulhar e coletar amostras em Ilha Grande teve um gosto especial, pois foi a primeira saída de campo do projeto. Localizada no litoral sul do Rio de Janeiro, a ilha tem uma grande diversidade de vida marinha e oferece condições perfeitas para mergulhar e fotografar. Nesse momento, fomos em um grupo maior de pesquisadores e, assim como toda primeira vez, serviu para entendermos que estávamos no caminho e sinalizar como melhorar.
Parte da equipe já estava em Angra enquanto o restante pegou a estrada saindo do Rio de Janeiro. Nossa primeira coleta foi na Ilha de Jorge Grego, que fica em frente à Enseada de Lopes Mendes e Dois Rios. Ela é, sem dúvida, um dos melhores pontos de mergulho da ilha. Nesse dia, porém, o mar estava agitado. Mergulhamos em uma fenda repleta de coral-sol com predominância da espécie Tubastraea tagusensis, que se estendia por paredões de mais de 20 metros.
Todas as colônias foram coletadas e refrigeradas corretamente no barco, pois, no dia seguinte, fizemos outra saída de campo. Dessa vez, a equipe foi até a Laje Branca, local com muita diversidade de peixes, gorgônias e, claro, coral-sol. A visibilidade pode variar entre 6 e 15 metros e a profundidade máxima é de 14 metros. Foi um mergulho mais tranquilo, com melhor visibilidade e, dessa vez, encontramos mais espécies de Tubastraea coccinea, registramos também interações biológicas de corais com invertebrados e esponjas com outros corais.
Após todas as amostras serem coletadas, o grupo avistou um caranguejo enorme preso nos petrechos de pesca. Com auxílio de uma faca e muito cuidado ele foi salvo, e nós finalizamos dois dias muito produtivos. Voltamos ao Rio com destino ao nosso laboratório para armazenar todas as amostras coletadas de forma correta com a sensação de dever cumprido.
Karine Venegas Macieira